Rain in a sunny day
Chovia tanto que ele pensava morar no fundo do mar, separado do infinito azul líquido por uma fina tela de vidro.
O vento, quando uivava, parecia um navio e, assim, fechava os olhos e imaginava-se num barco, daqueles pequenos, onde não cabe um remo, apenas existe um pequeno espaço para um punhado de sonho e ilusão.
O vento, quando uivava, parecia um navio e, assim, fechava os olhos e imaginava-se num barco, daqueles pequenos, onde não cabe um remo, apenas existe um pequeno espaço para um punhado de sonho e ilusão.
Quando a ondulação o embalava ele deixava-se adormecer, para logo depois acordar, dentro do mar que é o peito de quem sonha.
E assim, enquanto dormia, o sonho e ilusão saltavam, como peixe acabado de pescar, e caíam novamente ao mar, deixando-se cair ao sabor da corrente, para que outros que não dormissem os vissem lá no abismo onde habitavam e pudessem, também, sonhar.
Acordava e via-se no barco, ondulando, mas no momento em que olhava para o seu pequeno barco e não via o seu punhado de sonho e ilusão, acordava.
Para se ver encostado ao vidro, contra o qual o vento atirava pequenas gotas de chuva.
E estas, cansadas, escorregavam e contavam-lhe baixinho: “sonha, para que os que não dormem possam encontrar alguns sonhos”.
Comentários
beijos serenos.
Beijinhos e muito obrigado pela tua visita à Cereja!
Cris
Lindo!
Fiquei sem palavras
diante de tanta beleza
e sentimento...
Sonhei em cada palavra,
encontrei lindos sonhos
e descobri um mar dentro do meu peito.
“sonha, para que os que não dormem possam encontrar alguns sonhos”…
"...onde não cabe um remo, apenas existe um pequeno espaço para um punhado de sonho e ilusão.
Quando a ondulação o embalava ele deixava-se adormecer, para logo depois acordar, DENTRO DO MAR QUE É O PEITO DE QUEM SONHA..."
Lindo texto!
Maravilhoso!
Um abraço.*Juli*