Porque não sou

Sou o frio,
a chuva que me aclara o dia,
as gotas no pára-brisas
que codificam o respirar,
a terra molhada
e os horizontes aos quais me prostro.

As ruínas crescentes
e os sorrisos carentes,
o uivo da noite
e apenas as estrelas como companhia,
uma mão cheia de sonhos
e o murmúrio da utopia...

Ainda que vagueie não me falta o rumo,
o ondular das veredas
e a sombra fugidia do simples,
o orvalho e o relento
são dos próprios olhos
meu alento.

Sou,
porque sei que não sou...

Comentários

A. Marinho disse…
É bom ver que voltaste...
Fica bem
Abraço
Anónimo disse…
Olá!
Frio, chuva, terra molhada, orvalho, relento...eu gosto de tudo isto. Tudo isto implora malancolia mas é muito aconchegante.
Quantas vezes dou comigo no meio de toda esta meteorologia a pensar, a sonhar...
Será que vou ter um futuro brilhante como professora? Será que ainda vou conseguir este ano ficar colocada? Para onde irei de malas e bagagens? Enfim...fico no "será".
Este é um dos meus sonhos porque queria prolongar o que vivi no estágio. Já falta pouco: penso eu. 360 à minha frente na lista de não colocados...podia ser pior.
Também penso noutras coisas mas isso não vou dizer...segredos.
Mas a simples verdade é que "o sonho comanda a vida".

Continuação feliz
mnemosyne disse…
Sou voz na penumbra, sou canto de pássaro que tece a manhã, sou palavra costurada, por vezes remendada, mas quando me detenho dentro de mim mesma cresce um jardim, um sonho de bosques :) Um beijo

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