Porque não sou
Sou o frio, a chuva que me aclara o dia, as gotas no pára-brisas que codificam o respirar, a terra molhada e os horizontes aos quais me prostro. As ruínas crescentes e os sorrisos carentes, o uivo da noite e apenas as estrelas como companhia, uma mão cheia de sonhos e o murmúrio da utopia... Ainda que vagueie não me falta o rumo, o ondular das veredas e a sombra fugidia do simples, o orvalho e o relento são dos próprios olhos meu alento. Sou, porque sei que não sou...