Hipnagogia

Pousei os meus passos
no muro
de onde eu fitava os sonhos
e sorri,
despi-me da nudez
e entreguei-me à noite
plácida e altiva,
antes que o céu caísse.

O olhar deixei-o incólume,
apenas enublado
esporadicamente
pelas claras águas da imensidão,
que tingem
como quem respira.

Voltei-me
e vi ao longe a minha figura
que chegava,
ladeada de sonhos
e prospectos
onde se anunciava a partida.

Tinha já um pé sobre o muro
e um outro
sustendo um mundo ausente.

Respirei
uma única vez,
inalei resquícios de vazio
temperados com nadam
e nas folhas vazias ficaram
uns sonhos
que à sombra da vida
respondi,
talvez...

Comentários

Serenidade disse…
Que em todos os momentos da tua vida tenhas oportunidade de ter um trampolim que permita impulsionar-te para a concretização de todos os teus sonhos, mesmo os mais utópicos.;)
Apesar de que nem do trampolim precisas.
Segue em frente e... tudo chegará a bom porto.
Beijos serenos.
A. Marinho disse…
Andas inspirado. Mais uma vez impecável...
Abraço
[M] disse…
porque o gosto de te ler e te saber bem nunca me cansa...
um beijo :)
IsaMar disse…
Lindo poema, belas palavras.
Luta sempre pelos teus sonhos !

fica bem
Anónimo disse…
A felicidade é fácil e simples. Basta viver, vivendo... "eu" é que complico tudo. Sê feliz...
Olá Miguel.Parabén pelo poema, que fala de equilibrio, do encontro de nós mesmos com os nossos sonhos e por sua vez o encontro destes com a realidade.Muito bonito.
Jokinhas
teresa.com disse…
lindo como sempre...
tomara eu exprimir-me assim!

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