Palavras incolores

Talvez o porquê das faces
encoraje o Sol a nascer,
sem que surjam esbatidas,
nas árvores,
as sombras da Lua a morrer.

Que meu abraço seja
provável, destino da saudade,
longe,
algures além da liberdade
do Inverno,
que me corteja.

Um segredo estranho
à ordem caótica do Universo;
Som inaudito
para lá desta barreira invisível,
são as metáforas
rimas de um texto em verso
e insensível,
que deixou ainda um suspiro
entre as manhãs
e o sonho
que respiro...

Parece-me o real
algo ligeiro,
passageiro,
como os anseios de criança
em tarde de Verão,
férias ausentes
que anunciam a aliança
entre a mão
e as cálidas pétalas dormentes.

As faces voam,
passam rápido por mim
como as luzes da cidade,
são vorazes
e audazes,
embora não lhes saboreie
o desejo que à vida dei,
como as palavras incolores
do poema
que não terminei...

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