When the Sun rises...

Passos

Que passos são estes?

Qual a direcção que toma o destino,
num torpor desconcertante de divagações
Onde o andar é incerto,
intangível,
ao ondular da matriz que me rodeia,
será o sorrir mais um resigno das prisões
talvez o calor dos lábios que estão perto,
não, vejo agora que o movimento é sofrível...

Acompanho o corpo,
vagueio em vidas inúmeras
por tempos que me fazem morto,
linearidade de movimento que traz o infinito,
o olhar é o começo do que foram amaras
de doce sal que corre desse labirinto.

Tocar,
sentir o que a alma seduz
em danças exóticas de bailados de luz,
limpar o húmido do Inverno com o calor
e deixar,
talvez amar,
que o simples respirar apague a dor...

O sorriso antes que partas para mim

Escrevo o sorriso antes que partas para mim,
creio que nas mediatrizes do sonho
em meandros da irreal sentença que cava fundo o olhar
tenho nos visíveis esgares o término de uma epopeia sem fim.

Quantas horas, momentos, agora ou sempre,
sombras que se medem sem dimensões
escorrem pela face esconjurando ilusões,
surgindo do nada o tudo invoca o aperto firme,
o aceno supérfluo do insondável sonho
que te nasce no ventre.

Escrevo o sorriso antes que te perca para o irreal,
o momento não existe no calor ameno da saudade
que rompe a fina camada de solidão,
espero o regaço,
talvez o abraço
da presença constante da alegria de uma visão,
será fruto do sonhar ilusório de uma árvores inerte
ou eventual destino baralhado em parte incerta?

Inanimadas figuras,
estáticas palavras que nascem de voz trémula
e procuram o sentido que as conote a um sim,
para que ao adormecer possa vislumbrar na névoa
escrevo o sorriso antes que a vida se ria de mim…

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