"O universo não é exactamente como julgastes que fosse. O melhor será alterar aquilo em que acreditais. Porque o universo, esse, certamente não o podereis alterar"
Isaac Asimov
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Cobre-se a vida na candura o branco e o invisível que perdura, sagrado o dia espreguiça-se pela tarde e é Deus (de quem tudo tive) que sussurra: a vida é o que em nós Vive.
Crónica na Bird Magazine . Fixo as lâmpadas do tecto. A semelhança com os filmes é assustadora e real. Há um cheiro a frio no ar, faço uma piada comigo mesmo ao dar por mim a, como sempre, contar de três em três tudo o que vejo, desta vez são os buracos frios da placa de metal onde estão afixados candeeiros e uma parafernália de led’s. Adormecem-me. Acordo, falam comigo e ouço tudo muito alto, quero falar e perguntar, mas nada sai da boca. Fixo as mesmas lâmpadas do tecto. A semelhança com os filmes continua a ser assustadora e real. As vozes novamente, as faces surgem de repente, primeiro são um borrão indistinto de cores que não identifico e, lentamente, aglomeram-se até passarem de vultos a faces, conhecidas felizmente. Agora sim, acordo, é noite, estou confuso. O tempo demora a passar, vejo-o chegar até mim, pendura-se nas grades da cama, fita-me, pisca-me o olho, mas eu, entre dores e assustado, viro a cara rabugento e fito o céu cinzento carregadinho de ameaças chuvosas e ele, te...
As árvores morrem tombadas, assassinadas . A Crónica do Nada, no Correio do Porto . O vento apanha-me de surpresa, sopra-me arfante na nuca e atrás da orelha direita, assobia como se pretendesse assustar-me pelo impreparo, como aquela palmada amiga que afaga abrutalhadamente o cachaço do comparsa que há muito não se via. Há na forma rude de cumprimento não um distanciamento, mas a proximidade caseira de quem foi criado a pau, o carinho e candura é coisa ausente para quem a vida foi dura, como quando à boca do caminho silvado, com restos de maços de tabaco vazios que exibem o futuro doentio de quem também se faz vazio, me diziam olhos que viram já demasiadas órbitas sobre estes feitos, “saía-se de casa com um bocado de pão e meia cebola com sal e ala para o campo”. Dias que se calcavam como os torrões e uma criançada que se fazia adulta em meses, aos tropeções. Viro-me, o vento rodopia e sorri-me, a gola da camisa oscila momentaneamente, gaba-se de poder agora soprar-me de forma...
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