Será?
“Será?”, crónica no Canal N, para ler aqui ou ou na página do Canal N . Na clausura onde apenas habita o medo, o nevoeiro deixa-se descobrir por quem sonha para lá das névoas que emolduram as montanhas vazias. O domingo tem um travo vazio, quando ousamos despir a rua de abandono, o macerar das rodas do carro no húmido empedrado que se faz chão, traz-me aos olhos uma torrente em aluvião. O que fazer à solidão? Das varandas, timidamente, casais despidos da formalidade dominical auscultam a rua da promovida aldeia em roupão, parecendo preparados para um hibernar forçado e chamando-lhe a isso o seu fado, pacatamente, como o caminhar de um prisioneiro, inocente, não que lhe assine a culpa a vida, mas porque lhes urdiram a existência de sonhos despida. Calcorreio a tijoleira do alpendre numa antecipação do amanhã, que ainda não existe, ao ver que o chão seca-se da humidade como pode, sem ouvir os corvos num esvoaçar prenunciador de ninho pelas redondezas. A alegria, enfim, do negr...