Crónica do Nada , no Correio do Porto . A vida faz uma pausa prolongadamente breve na tarde brevemente prolongada. Ouço suspiros árduos serem derramados na impossibilidade masculina de ver ter lágrimas nas faces ásperas de socalcos mais ou menos arados. Paira na invisibilidade do meu olhar a réstia nublada transparente do que é, timidamente ainda ligado ao que era, num interlúdio vago entre realidades distintas, a realidade irreal e a realidade infinitamente não real, para onde vaguearemos quando nos cansarmos de jogar, pelo tempo, pela vontade, pelo momento, pela idade. Nesta irreal realidade dei já várias voltas à mais comum das claves, Sol. Parece uma eternidade quando nos habituamos a viver abaixo das nuvens, deixando-nos arrastar na temporalidade intermitente do quotidiano para onde nos empurram: Ide e possuí! Dezenas suspendem-se, timidamente olha-se para o lado, procuram-se caras conhecidas, para nos percebermos desconhecidos de nós mesmos, vivos menos vivos que se agl...