O horizonte ondula, estremece, pelo calor que o ar carrega. Quase dá vontade de ser lado de lá da sombra, se não fosse lá o sítio onde moram as temperaturas de amanhã.
O caminho inclinado faz-se de cor, de cores, com mais despojos e menos flores, naturais e humanas. Já não há quem regue corações pela manhã.
Pé ante pé entre passadas descompassadas, a calçada lamuriando-se, um animal abandonando-se, um homem acobardando-se e um dia, ainda fresco, espreguiçando-se até tocar com as pontas dos dedos para lá do azul celeste.
Se leste saberás, ainda que por cima do ombro te sombreies com o resquício do planeado para amanhã, o futuro é coisa que hoje ainda não há.
Agora que o agitar das horas levanta vento e traz uma brisa por entre os buracos dos estores, não te esqueças de mim quando noite adentro, sem medo, fores...

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