Quiromancia
“Quiromancia”, crónica do nada, no Correio do Porto . Quando o vento oscila no percurso como um puto feliz num baloiço improvisado, deixo-me traquinar e deixar que o casaco desapertado flutue a seu bel prazer. Os muros, menores agora, escalam a geografia de um destino que se faz cada vez mais depressa num percurso onde me perdi porque saberia onde me encontrar. Tenciono permanecer aqui, na medida que me procuro por entre as barítonas noites altas de um tempo que se faz mais baixo. Já não se espremem as casas, nos ferrolhos orgulhosos gravetados por mãos austeras cuja calosidade amansava no rebordo quente de uma tijela de caldo. Agora, qualquer sonho é um escaldo, de solidão e imensidão, ou solidimensidão, vertendo vapores aqui e ali porque o lume com que se tempera a simplicidade tende a tremeluzir e deixar, também aqui e ali, pequeníssimos fios de uma aletria amarelada por alturas do Natal. Dir-me-iam que agora ninguém leva a mal. Talvez seja verdade, mas olhando o desnudado pulso ond...