Obliviamente
Obliviamente , crónica de Domingo, na Bird Magazine. Quando se sentam nas cadeiras, cinzentas, encolhem-se numa implosão existencial e entre napa esburacada e suja encontram forma de acolher a ansiedade. Se o cansaço afirma, a cabeça descai e pende para trás, encostando-se ao vidro manchado de onde se decalca tristeza e a palavra Urgências passivamente substantiva o local. O despreparo do vidro para a solidão fá-lo oscilar e ir ao encontro de corpos que lá se encostam, dando espaço ao descanso ainda que parco ou as cabeças de cabelo oleoso por onde o tempo teima em pentear preocupação. Abro um olho, a preguiça e a timidez assim obrigam, os nomes ritmados pausadamente sonorizados fazem fila para uma triagem de uma cidade que conhecem apenas os mais idosos e os subscritores de desviantes canais desportivos da caixa enclausurante. Novo nome, novo lamurio, um andar coxeado como se o mundo fosse feito de dois degraus desconexos e irregulares, onde caminhamos pé ante passada, falheira, entr...