Tenho o silêncio a desbotar ao longo da costa, contra a neblina que ondula no orvalho que nasce no meu braço, esquerdo. Mar adentro o passo faz-se maré e até a piscícola humanidade comunga a pacífica serenidade com o resto de mim que ficou sentado, lá longe, no banco do jardim.
Guardo o olhar que choveste, deixo as nuvens florirem nos pastos faustos do destino, tacteio mãos e escuridões em busca de um dorso com outras mãos. Curvam-se as curvas da estrada e as margens que me separam da madrugada. Empobrece-me o nada à sombra e resguardo da minha alçada, no noctívago sentimento de aguardar, à candeia ténue da Lua, o suspiro inaudível da vida no meu peito a ancorar...
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