Acredito, um dia, dois que sejam, a indiferença pese menos que a diferença e por esta o trigo possa seguir adiante, sementeira e seco na eira e até o joio alimente, não a bolsa de quem semeia fome, mas quem no fundo do esquecimento nos olha, de frente.
Guardo o olhar que choveste, deixo as nuvens florirem nos pastos faustos do destino, tacteio mãos e escuridões em busca de um dorso com outras mãos. Curvam-se as curvas da estrada e as margens que me separam da madrugada. Empobrece-me o nada à sombra e resguardo da minha alçada, no noctívago sentimento de aguardar, à candeia ténue da Lua, o suspiro inaudível da vida no meu peito a ancorar...
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