Conduzo num túnel, o Sol põe-se no espelho retrovisor, saio e embora seja dia, tudo me parece noite. Apenas a brisa me recorda outros meses. Começa uma escassez de estradas, felizmente. Algo que nos permita colocar os pés no chão, descalços, nós e o solo, falando a uma só voz.
É fácil desmetaforizar quando se conhece as letras que chovem. Olhem. Cabem mais pássaros sob o alpendre gigantesco onde me abrigo, traz um amigo, uma lembrança, uma memória, faz-te de ti mesmo história,  noite ganha num jogo de glória, mas deixa lá fora, onde não alcancem as hienas, as máscaras carnavalescas que cobrem tue verdadeira voz. Que noite te traz sózinho?
És tu, por onde caminho, teu sangue, meu vinho?
Quer-me sina corpo, casa de carne, mas há ainda em mim um sopro, que levanta a brisa onde me refresco, frases sem nexo, uma sombra de candeeiro.
Pudesse ser sempre o mundo a imaginação de te ver brincar num qualquer recreio.
Pelas vociferadas ausências acenta o pó de um campo vazio.
Acredito que, um dia, tudo se resuma ao estio.
Falta muito para chegar o frio?

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