Aguardo a alvorada de um amanhecer sem claridade,
deixar acordada a noite sem esmaecer madrugada adentro,
aguardo na certeza de envelhecer sem idade
e ombrear com o destino como quem enfrenta o vento,
aguardo a visibilidade da invisível mão que guia as palavras,
do inefável suspiro que me acorda pela manhã
ainda antes de clarear
as letras, alvas,
e a dualidade de um existir que não há,
anseio passivamente enquanto corro pelo destino
eu, adulto menino,
entregue ao ilegal sistema de uma só lei,
porque de mim, eu não hei.

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