Vai cair a neve, alva, sobre a invisibilidade da noite e do vento. 
Vou caminhando e, em dias chorosos, tropeçando nas gotas de chuva que caem, sem saber ao certo em que bolso repousar as mãos prenhes de viagens não iniciadas. 
Do nada sobra-me muito pouco, nem os sonhos que pari, é com agrura que constato que a idade passa por mim como o silêncio que soluço, sem grande pressa ou vaidade, o universo é infinito e incolor, sucede-se em infinidades de universos e multiversos até terminar, por fim, quando me decido abrir os olhos e vejo que de neve, alva, apenas a que repousa nas minhas recordações de manhãs cravejadas de frio, segurando uma caneca de café quente e preto, negro, como a invisibilidade da noite e do vento.

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