Rodeia-me todo espaço inóspito,
de fragas apenas os pilares da estação
cinzentos,
cinzelados,
corpos que nunca souberam ser amados.
Rubor apenas do tecido que me cobre,
exaurido,
talvez ferido,
de parte de mim já não há o que sobre,
uma espécie de invólucro perdido,
estrepe em Outono de fruto não colhido,
existirá espaço para um segundo de Inverno
nestes doze meses de inferno?
É chão, dizem-me, o mundo que piso
e caminhando se faz caminho,
o sustento que se degladia com o sorriso
aufere a companhia de mim
enquanto este eu, aqui, neste banco
sozinho.

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