É enquanto, e aos poucos, que o inconformismo chega que do lado de lá do muro a paisagem se ergue, como que nascendo pelo telhado, naqueles que sonham com um motivo diferente para viver. O dia amanhece todos os dias e, no entanto, para tantos, nunca a noite se levantou cansada dando lugar ao sol.
Guardo o olhar que choveste, deixo as nuvens florirem nos pastos faustos do destino, tacteio mãos e escuridões em busca de um dorso com outras mãos. Curvam-se as curvas da estrada e as margens que me separam da madrugada. Empobrece-me o nada à sombra e resguardo da minha alçada, no noctívago sentimento de aguardar, à candeia ténue da Lua, o suspiro inaudível da vida no meu peito a ancorar...
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