Cada livro mil almas, para me descobrir e enternecer com todas as palavras que não li. Na falta de uma lombada, entretenho-me a desfolhar os dias como páginas do livro que, sem prefácio, me fazem acreditar ter escrito.
Guardo o olhar que choveste, deixo as nuvens florirem nos pastos faustos do destino, tacteio mãos e escuridões em busca de um dorso com outras mãos. Curvam-se as curvas da estrada e as margens que me separam da madrugada. Empobrece-me o nada à sombra e resguardo da minha alçada, no noctívago sentimento de aguardar, à candeia ténue da Lua, o suspiro inaudível da vida no meu peito a ancorar...
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