Poucos sabores do mundo se vislumbram também como esta vidraça, quente pelo Sol, meia dúzia de passarecos tolhidos pelas migalhas que estão entre os paralelos, o barulho de um lápis a percorrer o caderno, sôfrego, e eu a imaginar-me, nos olhos fechados, algures entre o lápis e o caderno, entre o voo e o Sol.
Guardo o olhar que choveste, deixo as nuvens florirem nos pastos faustos do destino, tacteio mãos e escuridões em busca de um dorso com outras mãos. Curvam-se as curvas da estrada e as margens que me separam da madrugada. Empobrece-me o nada à sombra e resguardo da minha alçada, no noctívago sentimento de aguardar, à candeia ténue da Lua, o suspiro inaudível da vida no meu peito a ancorar...
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