Locais

Nunca arou água
a terra molhada embriagada
que a meus pés desagua.

Oh preces que me acolhem
aos vultos da madrugada,
sou de vós a ausência
na existência do nada.

Os locais que me habitam
são paisagens que não piso,
as amarras que dormitam
nos meus braços
encolhidos
são escadas enlaçadas
que vão de mim
ao teu abraço.

Nada dói mais
que a ausência da dor
no sulco precipitado de um olhar,
porque terei tudo em mim do que sou,
quando me olham
e me vêm sempre
onde não estou...

Comentários

Zé Povinho disse…
Um pouco triste mas com a arte habitual.
Abraço do Zé
Anónimo disse…
compreendo-te bem, miguel. um beijinho.

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