Pontos corridos

Moldei os sentidos
ao sal de mares que nunca chorei,
esperei,
parti e cheguei aonde nunca tinha respirado,
fora de tempo
e de deuses em orvalho esculpidos.

Variante,
na característica quase adjectivada
de traços contínuos
e faces de pessoas,
quase gente.

O suor nunca derramado,

o peso aflito de uma vida
que se morre
e me percorre,
ora aqui
(silêncio),
apenas aqui onde repouso um corpo
de trapos
que esvoaçam como eu
nos píncaros do destino
(suspiro),
um ponto corrido após a história,
o final que antece o início
e me devolvo à origem.

Eu não sou um porto,
...
sou vertigem...

Comentários

Anónimo disse…
És vertigem de tanto quereres viver e sonhar! :)
Bom feriado!
*.*
Chellot disse…
Uma linda vertigem, poema explendoroso. Amei.

Beijos de alma.
Isa Maria disse…
sonhos, vertigens, há muitas pela vida. bons sonhos e bfsemana

jinhos meus
MS disse…
... todos somos, alguns mais do que outros, é certo,
vertigem, 'aprisionados' num corpo onde nada em nós cabe a não ser o tempo...

Sensibilizada pelo teu olhar 'sereno' em 'fragmentos'!

Bom fim-de-semana!
Olá querido Amigo Miguel, lindo poema, com a sabedoria dos Deuses...

És uma das suaves chamas da fogueira,
Lume que aquece, que deflagra alegria;
És uma das brasas das achas de madeira,
a quem o Amor uniu numa noite fria.

Votos de bom fim de semana... Beijinhos de muito carinho,
Fernandinha

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