De quem se escondem

Os sorrisos chegam até mim
inconstantes,
não seguem uma ordem
lógica,
exacta ou friamente sem fim,
são errantes
que não sei de quem,
alguém,
que não sei porquê.

Não sei se apenas adornam
como quem mente,
talvez,
talvez seja o momento que o sorriso vence
e se desprende,
se liberta,
talvez,
talvez seja a porta da sinceridade aberta.

Mas chegam tão espaçados,
tão ténues por vezes,
que são eventualmente reflexos passados
de longas amizades
de velhas e gastas idades.

São idos,
tão fugazes existem
que não sabem que viveram
ou sorriram.

Fugidos,
do cárcere dogmático com que os pinto
às ruas e montes em vales floridos,
não são mais que as faces que os escondem,
nem menos que a amizade que sinto,
são idos,
fugidos.

E eu sorrio,
uma e outra vez,
aos sorrisos que conheço
e escapam das faces hirtas.
Tenazmente permaneço
uma e outra vez
à espera que das ondas, que se formam no rio,
surja o verdadeiro amigo
e não este ser desconhecido
que me mente...

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